9ª Parada do Orgulho Gay paulista pede união civil
Poodle pink, casal de Nova York, Mulher Maravilha, lésbicas discretas, todos os tipos integraram os quase dois milhões de participantes da 9ª Parada do Orgulho GBLT de São Paulo. Muitos jornais se limitaram a falar de números, cores e purpurina na cobertura do evento, mas a Parada Gay não foi só carnaval.
Os organizadores do evento reivindicaram a união civil entre homossexuais. Com o tema “Parceria civil já! Direitos iguais: nem mais nem menos”, eles protestaram contra os dez anos de engavetamento no Congresso do projeto de lei de autoria de Marta Suplicy. Durante a Parada foram recolhidas assinaturas para o documento que será enviado à Câmara de Deputados exigindo a votação imediata do projeto. O grupo GLBT prevê que até o fim de junho eles conseguirão completar 1,2 milhão de assinaturas.
O prefeito de São Paulo José Serra não se manifestou. Evitando o tema da Parada durante o seu breve discurso, se limitou a afirmar que a cidade “tem os braços e a mente abertos às diferenças e à diversidade”. Já Marta Suplicy, venerada pelos gays, aproveitou o evento para divulgar a sua campanha eleitoral ao governo do Estado e distribuiu camisetas.
Mas afinal de contas qual a situação de parceiros homossexuais nos dias de hoje? Como a união entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecida, são negados a eles pelo menos 37 direitos como herança, declaração conjunta de imposto de renda e inclusão do parceiro no plano de saúde. Lembrando que ganhar causa na justiça não significa ter amparo legal!
Aqui na Bahia, o GGB possui um Livro de Registro de Parceria Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo. O aparato foi reconhecido pelo INSS e pode ser utilizado como prova da existência da relação. Para assinar o livro, os parceiros precisam ser solteiros e estarem acompanhadas de pelo menos cinco testemunhas.
O movimento em defesa do casamento gay faz questão de ressaltar que reivindica a união civil, a extensão dos direitos cedidos aos heterossexuais, e não o matrimonio religioso. Mas o posicionamento contrário à parceria homossexual se relaciona em muito à religião. Vivemos em um país onde os valores católicos predominam e a Igreja não vê o casamento gay com bons olhos. Isso porque o matrimonio deveria andar de mãos dadas com a procriação. Mas a união entre pessoas estéreis também não fere esse princípio?
Em pleno século XXI é complicado dar as costas e dizer: não sou a favor da homossexualidade e pronto. Existem muitos casais no país que tem esse tipo de relação afetiva e enfrentam problemas reais por causa do não reconhecimento. Não podemos deixar que preconceitos impeçam essas pessoas de terem seus direitos reconhecidos.
Mais detalhes sobre questões jurídicas na matéria publicada no GLS Planet
postado por Tess Chamusca | 9:56 PM
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