É perigoso ser gay na Bahia
Se por um lado fica a impressão que os GLBTTs têm saído vitoriosos na luta por respeito e reconhecimento dos seus direitos (imagem reforçada por acontecimentos como a 1ª Mostra Possíveis Sexualidades, noticiada no post anterior), por outro, parece que tudo não passa mesmo de impressão.
Nesta terça-feira, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou um relatório com a seguinte informação: Em 2007, o número de mortes violentas envolvendo homossexuais e travestis no país aumentou em 30%, quando comparado a 2006. Foram 122 assassinatos, 70% envolveram gays, 27% travestis e 3% lésbicas.
Para piorar a história, o Brasil é o país onde mais se mata homossexuais (média superior a cem mortes a cada ano) e 60% dos casos brasileiros ocorreram em estados do Nordeste. E adivinhem quem alcançou a indesejada liderança? Sim, a Bahia! Ou seja, o risco de um homossexual ser assassinado aqui é maior do que em qualquer lugar do país.
Se considerarmos que o levantamento tem como base apenas notícias de jornais e sites, é fácil supor que esse número seja bem maior. Quem quiser conferir mais detalhes da pesquisa, realizada desde 1980, pode clicar aqui.
Patrícia Conceição
postado por Tess Chamusca | 10:18 PM
7 Comentários:
pois bem... eu acho que é perigoso mesmo ser gay na Bahia sim, e acho perigoso sair de casa em salvador.
mas em relação às conclusões estatísticas... estatística é arbitrária. A não ser que se leve realmente a sério o trabalho, não serve pra nada. A única informação mais ou menos confiável foi que morreram 30% a mais que no ano anterior, e mesmo assim, informação totalmente descontextualizada.
eu não quero defender ninguém. muito menos assassinos. Eu sou contra qualquer tipo de agressão, ainda mais uma tão DEFINITIVA como é o assassinato, mas não tenho como saber se o numero de mulheres que trabalham com "entretenimento sexual" também não aumentou na mesma proporção.E se não aumentou, porque?
quando eu saio na rua a noite, eu tenho medo que muitas coisas possam acontecer comigo e imagino que tanto prostitutas quanto travestis passem por isso também, mas com eles é muito pior. Essas pessoas ficam expostas ao perigo por longos períodos de tempo e TODOS OS DIAS. Então, (perdoem minhas palavras, serão duras) se o mercado de "entretenimento sexual" ganhar nos trabalhadores(as), é esperado que a taxa de mortalidade acompanhe o crescimento.
Por favor, não estou dizendo que é natural. Estou dizendo que infelizmente É PERIGOSO SER NA BAHIA.
É perigoso sair de casa... as vezes até ficar em casa pode ser perigoso. Mas sem um estudo estatístico completo, não dá pra afirmar categoricamente se é mais ou menos perigoso morar em salvador para uma parcela qualquer da população.
desculpe minha intromissão.
Pois bem... Eu acho que é perigoso mesmo ser gay na Bahia sim, e acho perigoso sair de casa em salvador.
Mas em relação às conclusões estatísticas... Estatística é arbitrária. A não ser que se leve realmente a sério o trabalho, não serve pra nada. A única informação mais ou menos confiável foi que morreram 30% a mais que no ano anterior, e mesmo assim, informação totalmente descontextualizada.
Eu não quero defender ninguém. muito menos assassinos. Eu sou contra qualquer tipo de agressão, ainda mais uma tão DEFINITIVA como é o assassinato, mas não tenho como saber se o numero de mulheres que trabalham com "entretenimento sexual" também não aumentou na mesma proporção.E se não aumentou, porque?
Quando eu saio na rua a noite, eu tenho medo que muitas coisas possam acontecer comigo e imagino que tanto prostitutas quanto travestis passem por isso também, mas com eles é muito pior. Essas pessoas ficam expostas ao perigo por longos períodos de tempo e TODOS OS DIAS. Então, (perdoem minhas palavras, serão duras) se o mercado de "entretenimento sexual" ganhar nos trabalhadores(as), é esperado que a taxa de mortalidade acompanhe o crescimento.
Por favor, não estou dizendo que é natural. Estou dizendo que infelizmente É PERIGOSO SER NA BAHIA.
É perigoso sair de casa... As vezes até ficar em casa pode ser perigoso. Mas sem um estudo estatístico completo, não dá pra afirmar categoricamente se é mais ou menos perigoso morar em salvador para uma parcela qualquer da população.
desculpe minha intromissão.
O dado, sem dúvida, é preocupante. Mas gostaria de saber se o GGB considera em sua estatística que o gay tenha sido morto por sua condição de gay ou por qualquer outro motivo que levaria um não-gay a ser morto.
Se saio altas horas na rua, a pé, sozinho, me exponho a um perigo. Se eu for assassinado, talvez não tenha sido por eu ser gay, mas por estar exposto.
Sempre que vejo esses casos de gays assassinados em casa por garotos de programa eu me pergunto se fosse uma mulher, hetero, que lhe abrisse a casa, se o resultado não seria o mesmo. Latrocínio não é exatamente homofobia.
Crimes passionais também não deveriam ser levados em conta.
Enfim, aquela coisa da cautela!
Olá, Tess!B
Parabéns pelo blog!
Bem... já conhecia... Pedro me passou um link certa vez.
Acabei de adiciona-lo como favoritos no blog do Coletivo q faço parte: Coletivo Feminista Marias!
Da uma olhada e diz o q achou!!
bjosss
Quezia Lucena
Gente, finalmente vcs resolveram comentar alguma coisa :) Eu acho que falar em homocausto é forçar a barra. Mas, creio que travestis, lésbicas e gays estão expostos à determinados riscos inexistentes entre heterossexuais porque eles estão dentro da "normalidade". Por acaso, um casal heterossexual costuma ser agredido na rua só porque está se beijando? E uma travesti não está exposta só porque faz programa (até porque a existência dela não se resume à essa atividade). Mesmo de dia, indo ao supermercado, ela pode ser agredida (verbal ou fisicamente) por pessoas que não aceitam o que é diferente. Não dá pra relativizar tudo e achar que estamos na Bahia alegre e tolerante...
é... concordo com Tess... que é perigoso, é consenso... mas, imagina o cara que é gay, negro e da periferia? são questões que aumentam ainda mais o risco de sofrerem violências da sociedade como um todo!! tenho sérias restrições à dados estatísticos, tendo em vista que podem ser utilizados ao bel prazer de quem os lança, mas para mim é fato que ser gay ou travesti e etc é muito mais perigoso.
mesmo que a violência não seja dirigida objetivamente pela pessoa ser hombossexual (como um assalto, por exemplo), muitas vezes acaba sendo um fator catalizador. Basta ir na parada gay e ver como algumas pessoas que vão estão lá no intuito de agredir verbalmente e fisicamente a galera do movimento GLBTT, inclusive os simpatizantes da causa...
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